PPD/PSD Ponte de Lima: O fetiche do Sr. Presidente da Câmara Municipal

27 de abril de 2007

O fetiche do Sr. Presidente da Câmara Municipal

ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE 2007 – 04 – 27

Período de Antes da Ordem do Dia


É inegável o fetiche do Sr. Presidente da Câmara Municipal pela comunicação social, seja ela televisiva, jornalística ou radiofónica, preferencialmente aquela que lhe dá visibilidade para além do burgo.

Há cerca de oito anos, iniciou a sua “cruzada” através da famosa “greve da fome”, tendo como motivo a marca “Queijo LIMIANO” e a saída extemporânea de Ponte de Lima (só para alguns, porque ela era sobejamente conhecida e esperada desde há muito tempo), da empresa LACTOLIMA, integrada no grupo LACTOIBÉRICA.

No mandato subsequente desencadeou e trouxe para a praça pública a deslocalização da Adega Cooperativa de Ponte de Lima, que conseguiu arrastar e colocar na agenda política da campanha eleitoral para o mandato presente.

Hoje, um pouco a meias com a posição pública que assumiu pessoalmente na guerra “Portas – Castro, inventou, qual D. Quixote, outro moinho de vento, trazendo o lixo do concelho e a porcaria cá deixada POR QUEM NOS VISITA, para a primeira linha das conversas do quotidiano limiano e não só.

É uma estratégia, que tem inegavelmente dado os seus frutos, mas que apenas tem como finalidade manter a imagem pessoal do Eng.º Daniel Campelo como defensor dos fracos e oprimidos, lutando contra as injustiças, enfrentando monstros e gigantes que no seu imaginário conspiram contra a “Terra Rica da Humanidade”.

Senhor Presidente, não lhe poupamos elogios pela sagacidade, pela ilusão criada nos seus espectadores, qual Luís de Matos da Política, que consegue levar os incautos a vê-lo tirar elefantes brancos da cartola, mesmo quando não existem elefantes brancos e muito menos a cartola.

O Queijo Limiano foi chão que deu, ou melhor, não deu uvas, apesar de ter servido de bandeira pessoal e criou a cortina de fumo necessária para que aqueles que vieram a sentir na pele, não a saída da fábrica do queijo de Ponte de Lima, mas o encerramento de mais de 2 dezenas de postos de recolha de leite e uma meia dúzia de salas colectivas de ordenha mecânica, esse facto sim, ruinoso para a economia das pequenas explorações agrícolas, que viram deste modo ser-lhes negado, por via administrativa, o direito de poderem ser produtores de leite, com os incomensuráveis prejuízos que daí advieram, nomeadamente a diminuição drástica do seu rendimento e a entrada na economia familiar de uma receita quinzenal que era absolutamente indispensável como fundo de maneio da sua actividade quotidiana.

A deslocalização da Adega Cooperativa, de acordo com as afirmações proferidas pela Direcção da mesma, na Assembleia-Geral do pretérito dia 17 de Março, foi outro logro e foi-lhe, na referida reunião, assacada toda a responsabilidade pela não concretização dela. Sobre esta questão, gostaríamos de ouvir a explicação que se lhe oferecer dar, até porque está marcada uma reunião do Conselho Consultivo da Adega para amanhã e aí poder-se-á, em definitivo apreciar e julgar quem são afinal os verdadeiros responsáveis.

Relativamente à última questão, a do LIXO e independentemente daquilo que os meus colegas de bancada aqui irão dizer, deixe-me afirmar-lhe que do meu ponto de vista, estamos em matéria de facto a baixar de nível, é inconcebível a forma como V. Ex.ª pretendeu tratar um assunto, num quadro que se entendeu chamar de “tratamento de choque”, apelando de uma forma muito pouco dignificante para todos nós, para um problema que, merecendo atenção e uma sensibilização pedagógica, não pode permitir-se fazê-lo de forma insultuosa e atentatória da dignidade pessoal, sobretudo, de quem elege Ponte de Lima como local privilegiado para os seus passeios domingueiros. É no mínimo, de muito mau tom. Aliás, a formula utilizada caiu tão mal no seio dos seus autores, que nem eles próprios tiveram a coragem de assumir a paternidade do que tinham escrito, pois o cartaz é, indesculpavelmente, anónimo.

Tentou, V. Ex.ª, depois da reacção havida na comunicação social contra essa atitude, dar-lhe “a volta”, como sói dizer-se, indo a correr, outra vez para a comunicação social, afirmar que não só os “estrangeiros” são alvo deste tratamento de choque e que também os nativos e residentes vão ser alvo desse tratamento, propondo-se – e as palavras são suas – “encher o centro da Vila com o lixo que eles produzem”.

É minha convicção de que se V. Ex.ª levar por diante esse propósito, a população de Ponte de Lima saberá dar-lhe a resposta adequada. Vamos no entanto, esperar para ver.

Uma outra preocupação me leva a intervir aqui, neste período e é tão só, a famigerada obra da conduta de água que atravessa o concelho a caminho de Viana do Castelo. Na semana passada, de quinta para sexta-feira, a empresa responsável pela mesma mobilizou o “seu exército” e entupiu literalmente o trânsito entre a Ponte de N. S.ª da Guia e o limite da Freguesia de Arcozelo com a Freguesia de Brandara, gerando o caos do tráfego em S. Gonçalo, Sabadão e Faldejães, sem o mínimo respeito pelos legítimos direitos que a todos assiste. E não contentes com isso, deixaram a partir daí, uma via em estado calamitoso, uma cratera aberta num dos sentidos da via, plena de dificuldades e perigosidade para quem nela transita, já para não falar nos prejuízos que desse facto possam advir para veículos, automobilistas e transeuntes. É impensável que a Câmara Municipal e designadamente V. Ex.ª desconheçam tais atitudes, e gostaríamos de saber porque permitiram que tal sucedesse desta forma inusitada e intempestiva, quando estiveram ausentes da obra alguns meses, mantendo a situação precária e deficiente sem razão aparente.

Por último, venho trazer aqui a questão do estacionamento condicionado frente ao Hospital do Conde de Bertiandos, atitude que reputo de correcta mas que urge reajustar. Pelo condicionalismo imposto, este parque está praticamente vazio o dia todo e algum do público-alvo que dele deveria beneficiar está prejudicado por ele.

Assim, venho propor que a limitação existente seja apenas para metade do espaço de estacionamento e que a outra metade seja destinada aos doentes em tratamento, limitados nas suas funções motoras e que venham em transporte próprio, muitos deles acompanhados por familiares e cujo salvo-conduto para ali aparcarem lhes seja passado pelo serviço hospitalar respectivo.

João Barreto
Presidente da CPS/PSD Ponte de Lima

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