Discurso do novo presidente da CPS do PSD de Ponte de Lima
Sinto-me especialmente orgulhoso de pertencer a um partido com a riqueza política do PSD. A secção de Ponte de Lima é um bom exemplo disso. É constituída por cerca de 600 militantes que representam várias gerações, onde a irreverência dos jovens se mistura com a maturidade dos menos jovens.
É um património ímpar que aumenta a responsabilidade de quem gere os destinos do Partido. Temos de ser capazes de aproveitar a mais-valia que isso representa e congregar em torno de um objectivo comum, a diversidade geracional de pessoas e de ideias que existe no PSD.
Sabemos perfeitamente que temos uma tarefa muito trabalhosa pela frente, mas acreditamos que é possível quebrar a base de apoio da força política que lidera a gestão autárquica em Ponte de Lima.
Existe um caminho para lá chegar, que é preciso construir gradualmente e que necessita do empenhamento de todos, sem qualquer discriminação. Sabemos com rigor qual a direcção que esse caminho deve tomar e de que forma deve ser construído.
Não devemos encarar o PSD limiano apenas como o maior partido da oposição, mas principalmente como uma verdadeira alternativa. Uma alternativa credível, capaz de identificar os problemas da comunidade limiana e de apresentar, com coerência e realismo, soluções concretas e não ilusórias.
Há uma evidência inegável em Ponte de Lima, que todos conhecemos e que deve merecer uma reflexão mais atenta. Os resultados eleitorais das legislativas e das autárquicas são completamente diferentes. O PSD domina indiscutivelmente nas legislativas e perde brutalmente nas autárquicas.
E isto acontece porquê? Simplesmente porque não temos conseguido aproximar os limianos do PSD e fazer com que acreditem no nosso projecto autárquico.
O concelho de Ponte de Lima é genuinamente social-democrata e por isso todos temos a obrigação de fazer muito mais para dignificar o nosso Partido.
Esse objectivo passa pela valorização dos eleitos nas Juntas e Assembleias de Freguesia, na Câmara e na Assembleia Municipal, através de uma participação mais dinâmica de interacção com os militantes e a comunidade limiana. Vamos abrir o Partido ao povo e em diálogo permanente procurar mostrar o seu valor.
Dirão alguns que a possibilidade do PSD conquistar a Câmara Municipal é muito reduzida e que os limianos estão satisfeitos com o rumo seguido no concelho.
Eu acredito convictamente, que no momento em que o PSD limiano conseguir revelar todo o seu potencial, a hipótese de ganhar a Câmara será muito elevada.
Vivemos num concelho onde se gasta muito em jardins e em actividades supérfluas e dispendiosas, que pouco contribuem para a melhoria da qualidade de vida dos limianos.
Ponte de Lima não deve ser apenas um concelho florido, de festas e romarias. Contrariamente ao que se passa em muitos concelhos vizinhos não existe em Ponte de Lima políticas de emprego, o comércio está a desaparecer e o número de limianos em situação de carência económica está a aumentar. Não é só um problema fruto da crise global que atravessamos, mas também da falta de políticas locais.
É preciso criar e promover uma estratégia mais agressiva de incentivos ao empreendedorismo dos nossos jovens, aproveitando e rentabilizando a rede de ensino profissional e superior existente no concelho e no distrito. Existem excelentes recursos humanos em Ponte de Lima, jovens com valor e conhecimento, que são esquecidos.
É necessário criar novos mecanismos de atracção e de apoio aos investidores, potenciando a nossa excelente localização geográfica e a boa rede de acessibilidades viária.
É necessário apoiar e incentivar as associações empresariais e comerciais e as instituições de solidariedade social para em parceria desenvolverem dinâmicas estruturais de crescimento económico e de apoio social.
Para concluir quero salientar que a nossa visão de Ponte de Lima passa pela sustentabilidade, em que o equilíbrio entre as dimensões económicas, social e ambiental seja uma realidade.
Agradeço a presença do Dr. Jorge Moreira da Silva nesta tomada de posse e espero que o PSD a nível nacional continue o bom trabalho que está a realizar. Agradeço ao Dr. Eduardo Teixeira e a todos os amigos e companheiros aqui presentes.
Termino com uma afirmação do Professor Cavaco Silva proferida na sessão de encerramento do XII Congresso, de Maio de 1985, realizado na Figueira da Foz, que considero ainda muito actual: As bases têm de voltar a ser verdadeiro motor do partido. É preciso que as secções se encham de novo. É preciso que a alegria volte a reinar. É preciso que a desconfiança desapareça. É preciso que saibamos ouvir aqueles que não pensam da mesma forma que nós.
Obrigado.
Manuel Barros