Sábado, 28 de Dezembro de 2013 | Auditório Municipal
"Boa tarde a todos! Permitam-me ultrapassar esta burocracia protocolar e sintam-se todos individualmente cumprimentados. (Prefiro falhar no protocolo mas não falhar com as pessoas).
Para mim é uma honra, e um orgulho, poder contar com a presença de cada UM nesta cerimónia que marca o início de uma caminhada desta recém eleita Comissão Politica de Secção.
A presença de cada um de vós enobrece este ato e, mais do que isso, responsabiliza-nos para sermos melhores.
Apresentamos a nossa candidatura a esta estrutura local, com três princípios simples mas abrangentes, que servirão de base ao nosso trabalho nos próximos dois anos, sendo estes: BOA ORGANIZAÇÃO, PARTIDO UNIDO e LINGUAGEM CLARA.
»» Quando falamos em BOA ORGANIZAÇÃO é nosso objetivo que o PSD diga presente, quando assim for solicitado.
Temos membros eleitos na Assembleia, temos um vereador e estamos representados em diversas Assembleias de Freguesia: queremos que estes canais funcionem de uma forma organizada, em que a defesa das populações seja o princípio pelo qual estes órgãos se vão reger.
Temos hoje, nos nossos quadros, gente com muito valor mas, mais do que isso, gente disponível para o serviço público. Julgo poder falar em nome destas pessoas quando vos digo que podem ser veículos de transmissão dos vossos problemas e dos vossos anseios.
Esta Comissão Política faz questão de estar presente nas Assembleias de Freguesia porque acreditamos que, assim, seremos capazes de perceber quais são as necessidades das pessoas, as suas esperanças. Estaremos lá para ouvir e tornar os problemas reais das nossas freguesias o centro da nossa ação política.
Uma OPOSIÇÃO ORGANIZADA é, hoje, fundamental para o desenvolvimento do nosso Concelho. Vivemos hoje numa terra cada vez mais gerida a duas velocidades:
- Por um lado, a zona urbana, alvo de constantes transformações e todo o tipo de embelezamento.
- Por outro, toda a zona rural que vai sendo gerido pelas nossas juntas de freguesia, que têm de mendigar junto da Autarquia tudo aquilo que lhes pertence por direito próprio, e de que necessitam para corresponder aos seus eleitores.
O mais grave é que isto é feito de forma consciente pelo executivo que nos governa.
Acredito firmemente que os munícipes vão ganhando cada vez mais consciência disso e, se as pessoas encontrarem uma ALTERNATIVA SÉRIA vão dar-lhe com toda a certeza o seu voto de confiança.
O PSD tem de ser essa alternativa! Temos de ser honestos e conseguir que as pessoas acreditem no nosso projeto. Queremos servir Ponte de Lima e acreditamos que o faremos de uma forma muito mais equilibrada.
Temos hoje em Ponte de Lima uma Câmara que vive com uma notável saúde financeira: isto é um facto. E só temos de o reconhecer!
A questão que se coloca é: “em que parte dessa tão proclamada saúde financeira temos benefícios para os contribuintes?”
A resposta é zero… O nosso poder de compra real continua a ser um dos mais baixos do país, os nossos pólos industriais e, por consequência, o emprego, não passam de terrenos de mato.
A AÇÃO SOCIAL, pensada e desenvolvida de uma forma metódica, NÃO EXISTE, dando origem a, como infelizmente todos sabemos, cada vez mais POBREZA, muita dela envergonhada.
Não são as pessoas que têm de procurar ajuda – todos sabemos a dificuldade de quem tem de fazer este pedido e de como se sente.
É necessário que exista uma EQUIPA DE APOIO a trabalhar com as juntas de freguesia, com as IPSS do Concelho, para que as situações sejam resolvidas ou, pelo menos, menorizadas e sejam tomadas decisões num programa abrangente de SOLIDARIEDADE, que vise dar respostas ás necessidades. Uma câmara não pode ir “tapando buracos” conforme eles vão aparecendo! Se há dinheiro pois utilize-se esse dinheiro e impeça-se o aparecimento de situações limite.
Infelizmente vivemos, hoje, em Ponte de Lima, uma cultura do poder a todo custo. Para nós, este poder deveria ser o poder de servir, o poder de ter para partilhar e o poder de fazer de todas as pessoas iguais naquilo que é o seu bem maior - a sua DIGNIDADE.
Ninguém tem o direito de olhar para o outro de cima para baixo. Isso tem um nome e chama-se PREPOTÊNCIA. É importante isto ser lembrado para quem já leva mais de 20 anos de poder!
Infelizmente ainda não foi criada uma lei de limitação de mandatos para os vereadores. Os verdadeiros democratas não necessitam de leis para abandonar o poder.
Era bom que todos tivessem a percepção clara que os cargos públicos, e por inerência, qualquer lugar no executivo camarário deve ser utilizado para servir e não para se servir. Deverá existir VIDA para além da CÂMARA MUNICIPAL DE PONTE DE LIMA.
»» O segundo vector pelo qual queremos reger a nossa ação política passa pela UNIÃO DO PARTIDO. É fundamental em que os simpatizantes e os militantes se sintam parte importante e integrante deste projeto. Aqui permitam-me citar Churchill, quando ele diz que “se a democracia é o menos mau de todos os sistemas então cabe-nos a nós cuidar bem dela”.
O PSD é um partido que assenta na DEMOCRACIA e a melhor forma que existe para cuidar bem da democracia, é acompanhá-la. Ela não pode existir e florescer sem a PARTICIPAÇÃO dos cidadãos. É essa participação que queremos que se sintam convidados a fazer no interior deste partido.
A independência não se proclama, vive-se! Milito há muitos anos neste partido e nunca deixei de me sentir independente. Não temos é lugar neste partido para gente cheia de si própria, para donos de verdades absolutas! O PSD NÃO PODE SER um alimentador de egos!
Acreditamos nos valores sociais-democratas, defendemos as pessoas, não sobrevalorizamos pessoas.
Nos dias que correm, o mais fácil, e mais tentador, é criticar os partidos como se de um grupo de marginais se tratasse.
É um discurso que funciona. Pelo Mundo fora, vão surgindo muitos exemplos disso.
Como já referi, participar é fundamental. Mas é também fundamental que esta participação seja alicerçada em princípios ideológicos sólidos.
Que esta participação seja construtiva!
Acredito na política nobre, naquela que procura não deixar ninguém para trás. Se achamos que este valor está a ser posto em causa, pois participemos activamente na vida partidária ou política, mas para defender ESTE principio NÃO os nossos ou aqueles que achamos serem os nossos!!
Assim é nosso objetivo a criação de um CONSELHO AUTÁRQUICO, onde queremos que todas as pessoas, que assim o desejam, ou que possam participar nas suas freguesias, tenham aqui um espaço de partilha e de formação.
Iremos também criar um CONSELHO CONSULTIVO. Para este irão ser convidados todos os fundadores do partido, pessoas que já fizeram parte dos quadros do PSD e que, pelos mais diversos motivos, um dia se afastaram. Queremos contar com eles, queremos aprender com eles.
Não têm de ser militantes deste partido. Queremos é que se sintam identificados com ele e que nos queiram ajudar a sermos cada vez melhores pois, quanto mais fortes formos, maior capacidade teremos de ajudar os limianos a viverem melhor. Não acredito na política de “terra queimada”. Acredito firmemente que quem já liderou este partido, o fez da melhor maneira que pôde e soube, e os que vierem também o farão e NÓS TAMBEM O VAMOS FAZER!
Sintam-se todos bem-vindos a participar nas actividades partidárias. Queremos ser transparentes queremos uma politica COM pessoas e PARA as pessoas. Doutra forma nada disto faz sentido…
»» Falamos finalmente de uma LINGUAGEM CLARA. Pode parecer um pouco ambíguo colocarmos este aspeto como princípio, mas de facto torna-se hoje urgente falar claro.
Espero hoje já estar a ser capaz de o fazer…
Infelizmente as pessoas hoje vivem de costas voltadas para a política e temos de as fazer voltar a acreditar, não na política mas nos políticos.
Este país traiu uma geração!!
Traiu-a quando prometeu às pessoas que se estudassem iam viver melhor do que os seus pais, iriam poder trabalhar em Portugal na área que escolheram e para o qual investiram anos da sua vida.
Traiu-a quando não permite às pessoas terem os filhos que gostavam, mas sim os filhos que podem.
Traiu-a quando garantiu às nossas crianças, nos banquinhos da primária, que quem rouba ou faz mal vai para a prisão ou é punido.
E sabem de quem é a culpa desta traição?
Dos políticos que geriram este país como se não houvesse amanhã, com o princípio de que os que vierem depois de mim que resolvam…
Não estranhemos, por isso, que as pessoas virem costas á política.
Hoje vivemos tempos difíceis, em que temos um governo obrigado a fazer, em meses, o que deveria ter sido acautelado em anos. E esta necessidade de cumprir aquilo que outros não cumpriram deixa pouco espaço para o que é mais importante: a vida dos que cá vivem e dos que cá querem morar.
Aquilo que exigimos a quem nos governa hoje é que seja claro para podermos perceber, para podermos explicar e, naquilo que forem as nossas possibilidades, podermos ajudar. Há coisas que o FMI e os bancos centrais nunca vão ser capazes de medir… e isso é a força que, para nós, tem a família; o valor que, para nós, tem a solidariedade; o valor que, para nós, tem o nosso país e a nossa soberania!!
Isso a economia nunca vai quantificar, e isso qualquer governo tem de saber valorizar aconteça o que acontecer!! Vivemos tempo difíceis em que os auto nomeados pais da democracia vêm, sem vergonha nenhuma, defender o indefensável.
Portugal hoje sofre e o que é triste é que quem nos trouxe para aqui, viva de fundações ou de comentários num canal por nós pago!!
Apresento-vos hoje aqui uma equipa jovem, com capacidades, que sabe o que quer fazer. Têm a nossa garantia que vamos fazer o melhor que pudermos.
Não queremos continuar a viver numa vila bonita, mas que não tem empresas; uma vila cheia de história, mas que tem 700 pessoas a terem de pedir ajuda para terem uma refeição digna; uma vila que quem visita elogia mas que esconde casas sem saneamento; famílias separadas porque um dos elementos teve de emigrar.
Ao tomar posse, hoje, neste Partido, faço com o orgulho de liderar o maior partido do Concelho de Ponte de Lima, com a responsabilidade de o fazer continuar a crescer, com o respeito de estar à altura daqueles que, com muitas dificuldades, o fundaram (felizmente, encontram-se, hoje, nesta sala, muitas pessoas que fizeram parte dessas lutas – espero ser capaz de as dignificar). Acredito que ao fazer um trabalho digno, dentro desta estrutura, irei contribuir para vivermos num Concelho MELHOR, MAIS PROSPERO, em que os que cá vivem de sentirão sempre acarinhados.
AGRADEÇO àqueles que me vão acompanhar nesta tarefa. Obrigado por acreditarem no projeto que vos apresentei. Conto muito com as vossas capacidades e análise crítica.
Família
Iniciamos esta caminhada hoje com a consciência que não é possível mudar nunca iníco mas, se nos empenharmos, vamos ser capazes de mudar o final."
Mário Ferreira
