O jornal Alto Minho de 03/11/2016 publicou uma notícia com o título “Terrenos comprados para o IKEA vendidos agora à Câmara de Ponte de Lima por 1,7 milhões”. Tratam-se de terrenos que uma empresa imobiliária de Braga pretende vender ao município, terrenos comprados “entre 2001 e 2005” e que “no final de todos os terrenos terem sido comprados, o Plano Diretor Municipal de Ponte de Lima foi alterado, em Abril de 2005, transformando em área industrial a zona dos terrenos adquiridos”. Na notícia podemos ainda ler que alguns antigos proprietários dos terrenos confirmaram ao jornal que “foi Casimiro Campelo quem os abordou para incitar à venda (…) e, em caso de recusa, o irmão de Daniel Campelo (então presidente da Câmara de Ponte de Lima) terá mesmo falado em “expropriação””. Os mesmos proprietários que referiram “que só no dia da escritura, em Braga, é que souberam que estavam a vender as suas propriedades a uma empresa imobiliária”. A esta informação junta-se o facto de um dos sócios da empresa imobiliária que adquiriu os terrenos era, à data, Joaquim Cerqueira Alves, consultor jurídico da Câmara Municipal, e, segundo Vitor Mendes, actual intermediário na venda ao município dos terrenos de Calvelo.
Face a esta informação o PSD torna pública a sua estupefacção. Há sempre a possibilidade de desmentirem ou explicarem e para o bem da democracia era bom que o fizessem. Até poderá não existir qualquer tipo de ilegalidade, mas trata-se de um atentado à ética, aos princípios de boa-fé, ao compromisso da defesa do bem-estar das populações, tudo foi quebrado e é imperdoável. Não podemos aceitar mais do mesmo. É tempo de olhar para os interesses do concelho e dos limianos.
O CDS tem governado os destinos de Ponte de Lima desde o 25 de Abril, em maioria absoluta desde 1993. É esta a referência? Para alguns poderá ser, mas para o PSD isto é tudo o que repudiamos na vida pública, na acção política. Onde estavam os dirigentes do CDS, os que tiveram responsabilidades políticas e executivas na autarquia, entre 1997 e 2005? O que têm a dizer?
Alguns afirmam existir uma oligarquia que gravita junto do poder municipal e a notícia parece dar-lhes razão. Enquanto isso os limianos têm um poder de compra dos mais baixos de Portugal, uma taxa de desemprego onde 50% corresponde a desemprego de longa duração, serviços como o saneamento básico ausente da maioria das freguesias do concelho.
Face a tudo isto o PSD exige que o processo de compra do terreno de Calvelo seja interrompido, o vereador do PSD, Manuel Barros, fez esse pedido em reunião de Câmara, pede, ainda, que o presidente da Câmara Municipal de Ponte de Lima, à data vice-presidente, tenha a coragem de enviar para o ministério público este processo de forma a ser esclarecido pelas instâncias competentes.
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